Gottlob Frege (1848-1925) é conhecido nos meios lógico-filosóficos sobretudo por ter protagonizado três feitos, todos eles notáveis: ter introduzido na Lógica moderna uma teoria formal da quantificação; ter concebido um sofisticado programa logicista no âmbito da Filosofia da Matemática; e ter desenvolvido um género de investigação com um forte conteúdo semântico que inspirou (de um modo algo equívoco, há que dizê-lo) o advento do chamado linguistic turn, operado pela Filosofia Analítica na segunda metade do século XX. Há, todavia, um outro feito igualmente notável protagonizado por Frege no âmbito do seu trabalho, mas que costuma ser bastante menos mencionado do que os anteriores: ter proposto uma visão inteiramente nova do conceito. Na realidade, este último feito não só não é menos relevante do que os anteriores como se encontra, para o bem e para o mal, subjacente aos mesmos. Nesta comunicação, irei tentar justificar esta tese, salientando a novidade e a originalidade do tratamento fregeano do conceito, bem assim como o seu alcance lógico-filosófico.
Informações
O Colóquio de Lógica, organizado pela Sociedade Portuguesa de Lógica SPL, visa promover a investigação e o conhecimento nesta área, desde a lógica matemática até à lógica filosófica assim como lógica para a inteligência artificial e a teoria da computação, através de uma série de palestras mensais. As palestras do Colóquio de Lógica serão realizadas de forma híbrida. Em 2022/2023 têm lugar na sala 3.10 do Departamento de Matemática do Técnico ULisboa e através de sessão Zoom (link a anunciar).