Entre 16 e 30 de Agosto, Catarina Pombo Nabais (CFCUL) participa com Ada Gogova e Nathalie Dubois Caleiro na residência Arte Ciência Filosofia organizada pela associação Cultivamos Cultura.
A Terra é um planeta onde a maioria dos processos se baseia na água. A água é uma essência e, através de figuras de fluidos de água (baseadas na relação de ligações de hidrogénio), relaciona-se com a agência individual do corpo de água. A inter-relação entre a agência do corpo de água e a agência da cognição e comunicação padronizadas (que resulta da interação recorrente entre a unidade (organismo) e o meio (ambiente) (Maturana e Varela, 1972)) permite encontrar “linguagens” de comunicação interespécies baseadas na água. As agências das figuras dos corpos de água estão relacionadas com a fluidez das relações de ligações de hidrogénio (H2>O), representadas pelo intervalo [0, 1]. O princípio da fluidez é um atrativo, um dos modelos da teoria do caos e sai da lógica binária.
A metáfora do problema epistemológico da água como meio de vida é o princípio da comunicação interespécies baseado na interface da água como uma intersecção igual de todos os seres vivos e não vivos. Ao compreendermos a água como o meio de comunicação de todos os corpos e o seu princípio corporal fluido (transitório), seríamos capazes de comunicar “a igualdade da necessidade de água para todos os humanos/não-humanos”. A apresentação da ideia é a sua manifestação ArtSci – história especulativa de comunicação baseada na água entre humanos e mais do que humanos. A base é a investigação fenomenológica da água como meio de comunicação e a sua ligação com o sentimento. A investigação conduz à importância da intuição e da serendipidade na abordagem holística do ArtSci à inter-relação baseada na água.
A investigação foi inspirada pela fenomenologia feminista pós-humana da figuração do corpo de água, descrita por Astrida Neimanis. Todos os corpos de água atuam mutuamente no ambiente aquático na sua irredutibilidade de vida, como complexo simbiótico de processos vivos. Seguindo Henry Bergson, a ideia de vitalismo como uma natureza criativa e dinâmica da vida, no conceito de “élan vital”, que é um impulso vital, uma força vital que impulsiona a evolução e distingue os organismos vivos da matéria não viva e a conceção de Deleuze da organização ‘Rhizom’ como uma expressão da natureza da multiplicidade, do devir, da natureza dinâmica da realidade. Através da relação entre Arte, Filosofia e Ciência, Ada, Catarina e Nathalie encontrarão finalmente a expressão ArtSci.