Projecto Financiado Nacional (concluído)

A Imagem na Ciência e na Arte

Image in Science and Art

Investigador Principal
Olga Pombo \ GI3 - Filosofia da Tecnologia, Ciências Humanas, Arte e Sociedade

2007 - 2011

Website: http://ica.fc.ul.pt/

Grupo(s) de Investigação: GI3 - Filosofia da Tecnologia, Ciências Humanas, Arte e Sociedade


Descrição do Projecto

Vivemos hoje sob o império da imagem. Depois da voz e da escrita, é a imagem que adquire uma inaudita relevância. Ela determina a nossa vida de forma cada vez mais decisiva, tanto a nossa maneira de ver o mundo como a forma de nele inscrevermos a nossa existência individual e colectiva. Qual o bem fundado desta apreciação? Em que consiste o novo estatuto da imagem, se é que existe?

Mas, o que é afinal a imagem? Como tem sido pensada pela tradição filosófica? Que novas aproximações teóricas têm sido propostas? Será a imagem apenas um meio de aceder ao conceito, efémero mediador, simples aparição? Ou, pelo contrário, uma realidade que se oferece enquanto apresentação sensível de uma ordem que só nela e por ela se dá a ver? Como explicar que seja a concepção de imagem como o mero meio que trabalha a expressão “meios audio-visuais” quando, paradoxalmente, sabemos que as novas tecnologias são um dos mais poderosos factores da espessura que a imagem hoje adquiriu.

Gadamer mostrou que, se o iconoclastismo é o receio de que a imagem possa funcionar como fim em si mesma, a arte foi salva no ocidente cristão porque aí a imagem se deixou pensar, não como algo que reenvia ao que representa, mas de forma positiva, pela sua capacidade de afirmar aquilo que o modelo por si só não poderia afirmar. A sacralização da Arte encontraria o seu fundamento numa compreensão da imagem em que esta é, não uma simples “cópia” que vale pela sua capacidade de veicular a realidade que representa, mas como realidade dotada de um ser próprio. Não poderão as recentes produções artísticas ser pensadas como expressão desta valorização extrema da imagem?

E na ciência? Será que a imagem desempenha mais do que uma função representativa e ilustrativa? Se assim é, quais os papeis ou as funções que aí desempenha? Por que são as imagens usadas em ciência? Como são usadas? O que significa dizer que uma imagem científica é verdadeira? E será que a imagem científica obedece a determinações artísticas? Em caso afirmativo, como pode ser artisticamente avaliada, com que critérios?

Sabemos que a História e a Filosofia da Ciência de inspiração positivista negligenciaram o estudo da imagem em ciência atribuindo-lhe um mero papel ilustrativo. Por seu lado, os Historiadores da Arte só se têm interessado pela imagem científica enquanto elemento decorativo e a Iconografia só as tem estudado em termos técnicos, à margem da ciência que são supostas ilustrar. O Projecto A Imagem na Ciência e na Arte está interessado em estudar a imagem em ciência em termos internos, relativos à constituição do discurso científico, aos efeitos de estabilização, reforço ou simbiose que mantém com a palavra, e externos, determinando os factores ideológicos e estéticos que intervêm na sua produção e utilização.

Instituição de Acolhimento

CFCUL

Instituições Participantes

Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL)

Financiamento

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)
Financiamento atribuído: 180.750 euros